26 de jun. de 2010

Em breve!

No dia 14/06/2010, Wagner Brito entrevistou o Professor Nailton Agostinho, Assessor Pedagógico da Facha – Faculdades Integradas Hélio Alonso, Coordenador de Projetos Socioculturais, pesquisador e apaixonado pela Cultura Brasileira, principalmente o samba. Veja a seguir o seu depoimento na íntegra sobre o cidadão José Martinho Ferreira para o blog BlotequimdoMartinho.blogspot.com.

25 de jun. de 2010

SAMBATALHANDO A PREGUIÇA



Por Marcia Silvania e Rachel Baêta

“Na segunda-feira eu não vou trabalharÉ, é, é a”A VADIAGEM É TÃO BOA QUE VOU ESTICAR
AFINAL DE CONTAS ESTOU DE RESSACA
O PAGODE FOI TÃO BOM QUE TENHO
O DIREITO DE SER LORD
E COMO BACANA FAÇA O QUE?
“Na terça-feira não vou pra poder descansarÉ, é, é a”VOU CURTIR COM O NEGA O DIA DE HOJE
OS MOLEQUES VÃO PRÁ ESCOLA
E VOU NAMORAR, PASSAR O TEMPO
“Na quarta preciso me recuperarÉ, é, é a”PRECISO DORMIR ATÉ TARDE
EM SEGUIDA JOGO BURACO
VOU Á ESQUINA PARA SABER O QUE TÁ ROLANDO
“Na quinta eu acordo meio-dia, não dáÉ, é, é a”ACHO MELHOR IR Á PRAIA
PEGAR UMA ONDA
DEPOIS VEJO COMO É QUE FICA
“Na sexta viajo pra veranearÉ, é, é a”VOU PRA PISTA COM A NEGA
VOU DAÇAR ATÉ CANSAR

Entrevista com Tunico Ferreira

Por: Marcia Silvania, Thyana Azevedo, Pedro Aquino, Rachel Baêta, Thereza Manes, Simone Lustosa, Pedro Barbosa, Marcelo Sampaio

Tão interessante quanto falar de Martinho, é saber o que as pessoas próximas têm a dizer sobre ele e perceber questões subjetivas e particulares que influenciam sua vida. E, também, o que essas particularidades refletem nas pessoas próximas e na sua contribuição cultural ao planeta. Neste viés, procuramos contato com diversas pessoas que o cercam e fomos simpaticamente recebidos por Tunico Ferreira, músico e seu filho, para uma entrevista que realizamos em Vila Isabel.

Transcrição da entrevista:

Thyana: Podemos? Tunico... Quais são as lembranças que você tem do dia-a-dia com seu pai e seus irmãos?

Tunico: Dizendo assim, do samba? Isso é o que você quer dizer?

Thyana: É, assim, as principais lembranças, lembranças marcantes, lembranças fortes do dia-a-dia.

Tunico: O meu trabalho começou ali.

Thyana: Aham.


Tunico: O meu trabalho começou ali. O que acontece é o seguinte, na época a Analimar, Mart´Nália e Martinho Antonio (Márcia entra) Não bebo não, eu quero é água.

Márcia: Você não bebe não?

Tunico: Não bebo não, sou preto, mas não bebo não minha fia. Não quero esse treco não, quero é água.

Tunico: Na época a Analimar, Martinália e Martinho Antonio graças a Deus sempre foram muito mais velhos do que eu.

Thyana: Uhum.

Tunico: Então o convívio mesmo dentro de casa, eu tinha aquela coisa que é do irmão mais novo com o irmão mais velho. Normal, o irmão mais novo fica em casa e o irmão mais velho voa. Assim... é... e o meu pai na época, como era, hoje em dia já tá mais devagar, e por ele mermo, não por nada. Ele quase não parava em casa não porque ele tinha muito trabalho e muitos compromissos. Então, basicamente, o que eu aprendi, era quando ele tava em casa e tava preparando um disco dele. Ele gravava e era eu que fazia a batucada naquele gravador. Ele... ele ... o cara vai gravar o disco, ele grava, antigamente era no toca fita, hoje em dia no mp3, antigamente era no toca fita. Ai ele apertava rec play e falava: ai arranjador, música tal, fulano de tal, e papapau a música é assim – ele cantava o disco todo naquela fita e passava a fita pro arranjador. E eu era o cara que, eu era o garoto que pegava o trabalho dele e ficava batucando. Entendeu? E a influência um pouco deles, os meus irmãos, era mais porque eles escutavam outras coisas sem ser o meu pai.

Thyana: E o que mais tocava em casa, assim as músicas, as outras...

Tunico: Sempre foi muito eclético, por causa disso, tinha o samba que era com o pai. Claro, quando tinha roda de samba, a gente gostava. Eu, por exemplo, não precisei ir pra Cacique de Ramos pra conhecer samba. Eu via, eu vi todos os mestres do samba dentro da minha própria casa. Não precisei sair de minha casa, tipo, Dudu Nobre saiu de Vila Isabel pra tentar fazer o nome dele lá no Cacique. Eu não precisei disso, não precisei ir lá pro Cacique, os mestres iam à minha casa. Essa é a, é uma grande diferença. Pois quando não tinham as rodas do meu pai, os meus irmãos escutavam, escutavam muito aquelas coisas dos anos 70, 80, muita discoteca. Eles sempre ouviam muito de tudo. Então daí eu comecei a escutar outras coisas também, por isso que eu gosto de outras coisas sem ser o samba. Eu gosto de rock, gosto de house, gosto de um monte de coisa. Por causa disso.

Thyana: E uma música que seu pai costuma cantar muito em casa, fora dos shows... assim alguma, alguma que se repete?

Tunico: Ele nunca foi de cantar uma música só em casa não. Não, não, ele nunca foi não. Ele sempre foi um cara que, quando ele tava preparando o disco, ele nunca podia avisar pra ninguém. Mas ele ficava assoviando muito uma música e a gente não conhecia. Pô, peraí, essa melodia a gente não conhece... Pai cê ta gravando um disco? Ele diz: "é to começando a... vou começar a preparar já".

Thyana: Legal.

Tunico: Mas ele nunca foi de cantar uma música, ele sempre foi um cara que grava o disco dele, gravou, colocou no mercado, já tá tudo certo. Ai ele aprende as musicas, canta no show dele, mas ele não é de ficar cantando em casa. Ele cantarola mais em casa quando ele ta gravando o CD.

Thyana: Bacana. E você sabe quais são as referências dele pra compor? Tem alguma coisa que transparece durante esse processo?

Tunico: Tem, tem muito. As parcerias dele. Ele praticamente aprendeu a compor mais meio que sozinho mermo, ele num teve ninguém. Na época dele, ele morava na boca do mato, era uma época difícil pra caramba. Mermo quando ele foi se tornando... Pra ele se tornar Martinho da Vila, pra você ter uma idéia, ele achou que fosse que ... o Hildo chamou ele na antiga RCA e ele achou que um artista queria gravar um samba dele. Então o que ele fez: ele foi lá pra Nilópolis, ele saiu do Méier, pegou o trem cantando as músicas, cantarolando as músicas, pra, tipo: “meu papel, meu canudo de papel...” pra não esquecer, foi lá pra Nilópolis na casa do Cabana, porque o Cabana tinha o gravador. Ele chegou: “ o cumpadre, o cumpadre, preciso gravar um negócio ai” e ai o cabana, “não Martinho, venha aqui, grava o negócio aqui”. Ai foi, gravou tudo e levou pra RCA. Entendeu, ai o Hildo falou: “Não, não é pra nenhum artista gravar suas músicas não, você vai gravar” Ai meu pai: “ih não, tô fora, não quero”. Ai ele: “não, você vai cantar”. Ai aconteceu, né?! O Hildo teve essa luz. Ele gravou, estourou do da forma que estourou e hoje em dia ele é o que é.

Thyana: E tem algum verso dele, que o define bem? Algum trecho dele mesmo.

Tunico: “Vida de artista é estável até estrada e avião, mas é do povo que vem a minha energia e é pra ele que eu me dou de coração” isso daí define bem ele.

Thyana: E qual é o ônus e o bônus de ser filho de artista?

Tunico: O bônus, é porque pra mim é normal, não tem essa, esse negócio não. É igual ser filho do João Francisco dali, que mora ali em cima da, do açougue. Pra mim não tem diferença. Assim, o problema é que muita gente acha que nós que somos filhos de artista já temos a metade da vida ganha. É a maior mentira. Todo mundo acha que, ah, o cara e filho de artista e uma gravadora já vai pegar ele. Porra nenhuma, isso é a maior balela que tem. Isso é estória. Não ajuda em porcaria nenhuma, muito pelo contrário. Ás vezes até atrapalha. Porque pra começar, todo mundo compara. Você pode ser o sucesso que for “ah, mas o pai dele”. A Maria Rita hoje é uma grande estrela. Maria Rita é a Maria Rita, mas até hoje tem um sem vergonha que compara ela com a mãe dela, com a Elis. Deixa ela! Mart´Nália é a mesma coisa. “Ah, porque a filha do Martinho da Vila ganhou o prêmio lá na Alemanha, não sei o que. “ Não, ta bom, é a filha do Martinho da Vila, mas Mart´Nália ganhou o prêmio. Então não tem nada, não tem. Eu to muito acostumado a isso. Então, a única coisa pra mim que seja um pouco ruim talvez seja até um pouco da comparação. E muita coisa dessa comparação, a culpa também nem é nossa, porque ta no DNA da pessoa, não tem jeito. Por exemplo, meu pai, ele sempre foi, ele é um Pai meio que ausente e presente ao mesmo tempo. Ele é ausente porque ele viaja, na época ele sempre viajava muito. Eu era garoto e ele viajava demais, trabalhava muito. Muitas datas importantes, ele não tava. Mas não porque ele não queria, mas porque ele viajava mermo. Era dele, viajar e fazia shows. O cara lá do buraco do não sei aonde contatava ele e vão embora. O negócio dele era viajar. Talvez a única coisa é que eu senti um pouco essa falta só, mas e ao mesmo tempo não sentia muito. Porque ele chegava e opa, vamos pra .... Ai eu pegava e chamava pra viajar, ai eu passava uns dias com ele. Essa falta só, mas não tem muita diferença não. Não tem muita diferença de ser filho de um artista famoso ou ser o filho dum José Francisco. Ambos tem sua dificuldade. Por que o filho do José Francisco tem dificuldade de arrumar um grande emprego e ser uma grande pessoa. E o filho do artista é a mesma coisa.

Thyana: E qual é a lição de vida que ele te passou, assim que você vai levar e passar pros seus filhos e que você gostaria também de passar pras outras pessoas.

Tunico: Em se tratando de Martinho da vila, não é nem o que ele passou, é o que ele passa. Meu pai não é simplesmente um cantor de samba hoje em dia. Ele não é um cara só pra cantar música. Escritor, atuante do movimento negro, hoje em dia ele é candidato a imortal. Ele fez muita coisa pelo movimento negro, a aproximação Brasil-Angola foi culpa dele, sim senhora, então assim, ele passa muitas lições. Não teve só uma que passou, pó o Martinho meu pai passou uma, não... teve várias. Tanto positivas quanto negativas. Mas o negativo a gente esquece. E o positivo a gente leva, isso é o que a pessoa...qualquer um, você um dia vai ser mãe, vai ter filho e vai passar coisa positiva e negativa pro seu filho. Seu filho vai olhar e falar “pô mãe que coisa feia que tu fez heim” Mas ele vai esquecer, porque tu é mãe. Seu filho se fizer coisa errada é a mesma coisa. Então é a mesma coisa. Então ele sempre passa lição, ele num tem aquela coisa que ele passou não. Ele passa até hoje. Ele vai morrer e vai continuar passando. Porque pra ter uma pessoa, dentro do samba, pra chegar perto da onde ele chegou, acho muito difícil. Muito difícil mesmo.

Thyana: Tunico, obrigada. Tem mais alguma coisa que você gostaria de falar pra gente?

Tunico: O que vocês que me chamaram aqui. Vou falar o que?

Thyana: Agradeço imensamente, tá?! Foi bem rico. É isso.

Tunico: Mesmo eu vestido de Flamengo? Uma coisa muito ruim, uma coisa muito ruim que tem, que tem do meu pai, também ninguém é perfeito, ele é Vasco da Gama. ele é Vasco. Ele é Vice doente.

Thyana: Uma das minhas perguntas seria: Se ele sendo Vasco, se a família é Vasco? Mas como você já veio de Flamengo já ..

Tunico: Tem coisa ai, não é atoa. Eu sou filho de Martinho da Vila e afilhado de Paulinho da Viola e de Eliana Pitman. Então na época, o meu pai me levava pra tudo quanto é jogo do Vasco e o falecido Alcir Portela jogou no Vasco, foi técnico do Vasco no Rio e andava pra cima e pra baixo com o pai, e o caramba a quatro, e o Roberto dinamite meio que a gente, eu tinha noção de que era o Roberto Dinamite, até que teve um infeliz Flamengo e Vasco. E o Vasco inclusive ganhou naquele jogo. O pai diz que o Vasco naquele dia perdeu, mas não perdeu não, ganhou de 2 a 1 se não me engano. E a gente foi de tribuna pro Maracanã, ai eu olhei assim pro outro lado, eu não tinha noção ainda do que era. Assim, eu gostava de futebol. Então, eu não tinha noção do que era o Vasco, do que era o Flamengo. Eu não tinha noção ainda não, eu gostava de ver futebol. Era muito garoto. Ai quando vi a torcida do Flamengo, o maracanã tava muito cheio, a torcida do flamengo cantando “ mengo, mengo, mengo” ai eu comecei a chorar no estádio ai, e minha mãe nesse dia não foi pro jogo. Eu tava todo vestido de Vasco. Quando eu cheguei em casa eu falei: mãe, mãe os caras estavam gritando mengo, mengo e eu gostei daquilo e eu comecei a chorar. Ela falou assim: “a meu filho, mas peraí ai quando seu estava grávida...” a minha mãe é flamenguista, “quando eu tava gráfica de nove meses, eu fui ao Maracanã, na arquibancada, com você. E nego falava: “vai nascer, é um rubro-negro, vai nascer, vai nascer aqui”. Ai minha mãe falava “não, se nascer aqui tudo bem” e a torcida cantando mengo, mengo. E ela disse, acho que rolou um...e falava “você chutava muito a minha barriga”. E fatalmente, eu não seu se é possível, mas aquilo deve ter, e realmente deve ter alguma coisa. Eu lembro que aquele jogo, eu não vi aquele jogo. Eu só via a torcida do Flamengo. Então eu falei: mãe a partir de hoje eu sou Flamengo. Eu lembro que o Paulinho da Viola me deu um quadro lindo do Vasco, lindo, era um quadro lindo mesmo o quadro, e o quadro ficava assim pendurado no meu quarto. A primeira coisa que eu fiz, foi tirar o quadro. Ai que eu fui pesquisar o Flamengo, ver, ai sei lá, foi na época do Zico. Essa história...ai comecei a ir nos jogos do Flamengo ver o Zico. Ai hoje em dia eu sou doente mesmo. Paro qualquer coisa. Daqui a pouco eu tô indo embora pra ver o jogo.

Thyana: Legal. Tunico muito obrigada era uma pergunta que eu ia deixar e acabou rendendo uma história. Mais uma lição. Obrigada.

Tunico: de nada.



Um pouco mais sobre Tunico Ferreira:


Compositor e percussionista desde 1994 se lançou como cantor em 2003.

2003 - 1º CD - "Tunico Ferreira" .
2006 - 2º CD - "Na cadência do partido-alto".

Como o foco de nossa entrevista foi Martinho da Vila, divulgamos alguns links interessantes de Tunico Ferreira falando sobre o seu trabalho como músico.





24 de jun. de 2010

A volta de Martinho da Vila (Entrevista com Amaury Santos)

Por Pedro Aquino, Rachel Baêta e Gabriela Tenório

Após um periodo sem grande sucesso, Martinho volta ao topo das paradas
nacionais com a música "Mulheres" de Toninho Geraes.

Nesse vídeo, Amaury Santos, nos conta como foi essa volta.

23 de jun. de 2010

Copa do Mundo 2010: Entrevista com Martinho da Vila na TV Brasil

Por Larissa Rodrigues e Lígia Mourão

O compositor e cantor de samba Martinho da Vila participou do programa Repórter África da TV Brasil e conversou com Naná Nascimento sobre a importância da primeira Copa do Mundo no continente africano. Além de bater um papo descontraído, Martinho deu sua opinião sobre a atuação da seleção brasileira nesta Copa do Mundo 2010. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:




Letra e Tom

Por Vivian Amorim

Não é de hoje que as músicas escritas e cantadas por Martinho da Vila são sucessos. Cada letra, cada melodia carrega o tom e o talento desse grande cantor, por esse motivo pensei: "Por que não escrever um texto com seus grandes sucessos?". E foi isso que eu fiz, as palavras grifadas são nomes de músicas cantadas por Martinho.

Pra poder te amar, canto com louvor a aquarela brasileira, deixo até de ser o pequeno burguês, o tipinho que você tanto odeia.

A felicidade vai renascer das cinzas e hoje digo que meu ex-amor já não me canta mais cantigas.

Dentre todas as mulheres devagar devagarinho, foste tu, menina moça, naquela kizomba, festa da raça que me mostrou que minha carne é fraca.

Disritmia, você é a flor e o samba e na boêmia, você é a estrela que brilha.

Amor não é brinquedo, mesmo quando tá delícia, tá gostoso, pois ele continua e o amor veio na aba dessa história minha e tua.

18 de jun. de 2010

PECULIARIDADES

Por Hanna Malta

Quando se resolver fazer um blog sobre alguém, a parte mais interessante é a da pesquisa, na qual vamos atrás de informações e curiosidades sobre o homenageado. O mais prazeroso em escrever em um blog como este, é justamente a surpresa e satisfação que sentimos, quando procuramos saber um pouco mais sobre a vida de Martinho José Ferreira, vulgo, Martinho da Vila. Aposto que poucos sabem o quão importante e valioso é esse sambista, que mostrou seu trabalho pela primeira vez para o "grande público" no III Festival da Record, em 1967, com o samba "Menina Moça", que por sinal, faz um grande sucesso até hoje.

Porém, sua carreira profissional só alavancou quando lançou, em 1969, o LP "Martinho da Vila" com grandes clássicos do cantor, como "Casa de Bamba" , "O Pequeno Burguês" "Quem é Do Mar Não Enjoa", "Iaiá do Cais Dourado" e "Tom Maior". Isso foi só o começo de uma carreira nomeada e respeitada (com direito a prêmios e tudo, como os de Cidadão Carioca, Cidadão benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Comendador da República em grau de oficial, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e as comendas mineira Tiradentes e JK) em todo o Brasil, Portugal e também em todas as suas antigas colônias africanas, nas quais é bastante popular.

Se pensas que Martinho se contentou em ser somente sambista que inclui: ritmista, passista, compositor, puxador de samba enredo, presidente de ala e administrador, estás muito enganado, pois ele além disso é compositor, e o mais incrível, a meu ver, escritor autor de 10 livros, incluindo romances, livros infantis, autobiografias, e uma biografia póstuma sobre a história de sua mãe e família, que apesar de nunca ter lido, parece ser muito emocionante, chamada: "Memórias Póstumas de Teresa de Jesus". Por mais estranho que pareça, Martinho nunca foi presidente da escola de samba "Unidos de Vila Isabel", a qual é uma de suas maiores paixões, mas já esteve várias vezes a frente da agremiação da qual, desta sim, é o Presidente de Honra.
Tudo bem, acho que já chega de elogios, pois se falar sobre todas as virtudes desse poeta da música brasileira, não terá espaço para nenhuma postagem!

Mas há algo que não se deve esquecer!!! A melhor qualidade de Martinho Ferreira da Silva é o seu bom senso e consciência na hora de escolher seu time. E adivinhem qual é? Uma pessoa tão inteligente, "com mil e uma utilidades", um dos maiores nomes da música brasileira, conhecido em várias nações, só poderia ser o que? V-A-S-C-A-Í-N-O, é claro! Já tinha coisas boas para falar dele, agora então tenho mais ainda...

Mas o recado final que tenho a deixar é: seja como Martinho, inteligente, esperto e vascaíno: você vai longe...

15 de jun. de 2010

Movimento Kizomba

Por Alessandra Caldas e Renata Diniz

Martinho fez sua primeira viagem ao continente negro, a África, no início de sua carreira, ainda nos anos 70. Durante muitos anos, foi a ponte de ligação entre o Brasil e Angola – sendo considerado Embaixador Cultural – em uma época que o país africano não era representado por uma embaixada em nosso país.

Três anos mais tarde, Martinho criou o Canto Livre de Angola, que trouxe aos brasileiros a música angolana. A experiência foi tão entusiasmante, que um ano após o Canto Livre, Martinho criou um grupo de trabalho, que realizou o primeiro encontro de artes negras - O Kizomba. Nestes encontros foram trazidos artistas e personalidades não só de Angola, ou da África, mas de outros países como EUA, além de contar com a participação de vários artistas nacionais.

Kizomba é uma palavra africana que significa encontro de identidades, festa de confraternização e por isso foi escolhido para dar nome a um grupo que representa os negros do Brasil. É também o nome escolhido para batizar os Encontros Internacionais de Arte Negra.

Personalidades como a senadora Benedita da Silva, Antônio Pitanga, Milton Gonçalves, Jorge Coutinho e muitos outros colaboraram com o movimento, que se mantinha com a realização de eventos de arte e cultura negra, a assessoria a artistas e personalidades africanas que vinham ao Brasi, o que permitiu um intercâmbio cultural bastante proveitoso. Estes encontros iniciados em 1984, terminaram em 1990. Durante este período participaram cerca de 30 países, entre os quais estavam Angola, Moçambique, Nigéria, Congo, Guiana Francesa, Estados Unidos e África do Sul.

Em tempos de Zumbi e de consciência negra, nada mais oportuno que trazer ao debate o momento mais forte de temática da negritude do carnaval, e um dos grandes momentos das história dos desfiles, foi em 1988, quando a Escola de Samba Vila Izabel encantou a cidade e o país com o tema "Kizomba, Festa da Raça". Um samba que ninguém mais esqueceu:




Kizomba, Festa da Raça (1988)
Vila Isabel (RJ)
Composição: Jonas / Rodolpho / Luiz Carlos da Vila

Valeu Zumbi!
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição

Zumbi valeu!
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e maracatu

Vem menininha pra dançar o caxambu (bis)

Ôô, ôô, Nega Mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ôô, ôô Clementina
O pagode é o partido popular

sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção

Esta Kizomba é nossa Constituição (bis)

Que magia
Reza, ajeum e orixás
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E um bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos
seus rituais

Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua (bis)
Nossa cede é nossa sede
e que o "apartheid" se destrua

Valeu!

10 de jun. de 2010

Uma mensagem de Martinho da Vila para Noel Rosa

Por Márcia Silvânia

Caro Noel,

"Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você"

Hoje esse apito é apenas uma simples nostalgia

De um tempo de pura poesia em que enamoravamos

A boemia e a nossa musa inspiradora

"Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê"

Quanto lirismo tinhamos em conquistar alguém

Que corroia a nossa alma

Não entendiamos essa indiferença no jogo da sedução

Mas que tortura ardente em meu coração


"Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro"

Fazia de tudo para lhe chamar a atenção

De um grito que ecoava pelos ares de Vila Isabel

Tão agitado estava em lhe conquistar

Utilizava sonoridade da buzina para lhe alcançar

Hoje o apito não norteia você nem os operários

Simplismente a cronologia diz que tudo ficou no imaginário

A minha conquista não é tão rebuscada como a sua época

Eu, Martinho tive que antevê as mudanças da pos modernidade

Amigo neste momento você é saudade

E eu sou a realidade na linha do tempo

Você, Noel Rosa, Luiz Carlos da Vila entre outros que se foram

São constelações que iluminam a minha vida e a querida Isabel

9 de jun. de 2010

Martinho Bilingue

Por Maurício Dias

Para quem não sabe, em 2003 Martinho da Vila lançou o CD de título Conexões com alguns de seus sucessos cantados em francês. Martinho afirmou que além dos países de língua portuguesa, na França é onde sua música chega mais forte. O projeto era antigo mas somente se concretizou em 2003, a intenção inicial era de fazer um disco voltado ao mercado exterior. Como todo projeto, acabou sendo transformado com o tempo e acabou sendo lançado primeiramente no Brasil, depois chegando em Portugal e por fim na França.

Esse trabalho teve a intenção de misturar costumes e línguas, são 16 faixas onde nenhuma é totalmente gravada em francês, todas as versões são bilíngües. Algumas das versões foram feitas pelo próprio Martinho e outras pelas vocalistas afro-francesas Saar Julia e Belinga Valerie.

No repertório foram inclusas músicas inéditas e alguns sucessos bastante conhecidos pelo público europeu, como Femmes (Mulheres), Lentement (Devagar, Devagarinho) e os pot-pourris Dysrythmie (Disritmia)/Ex Amour (Ex-Amor) e Le Petit Borgeoise (O Pequeno Burguês)/Chant Chant Mon Peuple (Canta, Canta Minha Gente). Algumas das inéditas na época foram: Como Você (Sarah Benchimol/Chico Anysio), Vila Isabel (Martinho/Moacyr Luz), Nem Réu Nem Juiz (Martinho/Hermínio Bello de Carvalho), Minha Amiga e Eu Você, Você Eu, ambas de Martinho. "Quis também incluir uma música que fosse símbolo da França, e escolhi La Bohème (Jacques Plante/Charles Aznavour), que virou Boemia" diz Martinho.

Entrevista com Sr. Heleno Alves

Entrevista realizada por Simone Lustosa e fotografia de Rachel Baeta com o Responsável do Núcleo Artístico Cultural da FACHA, Sr. Heleno Alves.

1. Qual seria a co-relação Martinho x cultura?

Sr. Heleno Alves: Cidadão negro, samba, atividades culturais referente a sua raça.

2. Você acredita que a música do artista mencionado exerce influência no cotidiano do povo Brasileiro?

Sr. Heleno Alves: Totalmente. Martinho fala da comida caseira, do comportamento inusitado do ser humano, principalmente do carioca. Isso certamente o qualifica para influenciar o povo Brasileiro.

3. Qual seria essa influência?

Sr. Heleno Alves: Comportamento do povo Brasileiro.

4. Existe diferença do estilo de música do Martinho para os demais compositores atuais?

Sr. Heleno Alves: Sim.

5. Hoje, existe espaço para um outro artista como o Martinho da Vila?

Sr. Heleno Alves: Sim.

6. Na sua visão, qual seria o cantor atual que segue o estilo do Martinho?

Sr. Heleno Alves: Estilo próprio de cada um, acho que surgirão artistas com este modelo, mas com suas próprias características.

7. Qual é o maior legado que a obra do Martinho da Vila deixa?

Sr. Heleno Alves: Ser à fazer ponto da cultura negra no Brasil, contar a historia do negro no Brasil de uma forma esclarecedora. Gestos ainda não aplicado por colégios e universidades.

8. Você sabe alguma coisa da obra dele na África de língua Portuguesa?
(Angola, Moçambique, Ilhas de Cabo verde)

Sr. Heleno Alves: Livro Opera Negra, que mais tarde se transformou num grande espetáculo no Municipal do Rio de Janeiro e sua participação no filme " Língua – vidas em Português" de Victor Lopes. São dois exemplos que mostram uma parte da obra do cidadão Martinho Jose Ferreira, nascido em Duas Barras em 12 de fevereiro de 1938.


9. Como que a música contribui para ascensão da igualdade social?

Sr. Heleno Alves: As letras bem trabalhadas funcionam como livros e livros abrem portas para o futuro de um povo.

10. Qual é o segredo do sucesso do Martinho da Vila?

Sr. Heleno Alves: O jeito simples de escrever o cotidiano.

DVD com o Hino Nacional Brasileiro

Por Simone Lustosa

O grande intérprete da nossa música popular, Martinho da Vila, gravou um DVD com o Hino Nacional Brasileiro, que será distribuído na rede pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro. São ao todo 92 Municípios, que receberão gratuitamente a obra interpretada por esse grande artista. Nesse DVD que faz parte do programa CEDAE nas escolas, retrata da Educação Ambiental, assunto relacionado à cidadania.

8 de jun. de 2010

Duas Barras: O Berço do Pequeno Burguês




Texto e pesquisa: Raphael Picinatti Raposo e Felipe Augusto Soares Salgado


Martinho José Ferreira, o Martinho da Vila, tem uma inegável ligação com o bairro de Vila Isabel, seu berço musical. Entretanto, poucos sabem que Martinho não é um carioca da gema,
mas sim natural do município de Duas Barras, no interior fluminense. Nascido no dia 12 de fevereiro de 1938, Martinho mudou-se, aos quatro anos de idade junto com sua família para a Serra dos Pretos Forros, Boca do Mato, entre o Méier, Lins e Engenho de Dentro no Rio de Janeiro. Foi na capital federal de outrora que Martinho se desenvolveu musicalmente e conseguiu reconhecimento nacional.

Depois de se tornar um artista renomado, retornou a Duas Barras para receber homenagens da prefeitura em uma festa. Descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e torná-la seu refúgio junto à serra do mar, seu "Off-Rio", como diz uma música sua de mesmo nome:



Nos arredores, Cantagalo, Teresópolis
Nova Friburgo e Bom Jardim bem no caminho
Meu off Rio tem um clima de montanha
E os bons ares vêm da serra de Petrópolis
É um lugar especial
Para quem é sentimental
E aprecia um gostoso bacalhau
O galo canta de madrugada
E a bandinha toca na praça
Na entrada, um vale que é encantado
Tem cavalgada, tem procissão
As cachoeiras principais de lá são duas
E a barra é limpa porque lá não tem ladrão
Tomo cachaça com os amigos
Lá em Cachoeira Alta
E na Queda do Tadeu,
Churrasco ao lago
Pra ir pro Carmo
Tem muita curva
E a preguiça então me faz
Ficar na praça
Eu nem preciso trancar o carro
A chave fica na ignição
A minha Vila fica meio enciumada
Se eu pego estrada e vou correndo para lá
Se alguém pergunta, eu não digo
Onde fica o tal lugar
Mas canto um samba para quem adivinhar

O município de Duas Barras está localizado na região centro-norte fluminense, tendo como vizinhos Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Carmo, Sumidouro e Bom Jardim. Está a cerca de 175 km do Rio de Janeiro. Tem como principais atividades econômicas a agricultura e pecuária. Duas Barras surgiu como povoado em meados do século XIX devido à explosão do cultivo de café no interior, sendo hoje a segunda maior plantação de café do estado. A cidade tem grande potencial turístico, já que boa parte do casario colonial encontra-se muito bem preservado, formando um núcleo urbano bastante agradável. Inclusive, alguns desses casarios abrigam "mini-Museus". Duas Barras também é conhecida por seus rios e cachoeiras.

Duas Barras não é somente o local de nascimento e refúgio do Pequeno Burguês. Martinho tem forte participação social e cultural na cidade. É patrono do Instituto Cultural Martinho da Vila ( http://www.icmv.org), uma instituição sem fins lucrativos para a implementação de ações culturais e sociais na região. O Instituto busca a inclusão social de crianças, adolescentes e idosos através de cursos e oficinas de música, teatro, informática, cidadania e artesanato, além da alfabetização de adultos. O ICMV também tem como compromisso a preservação das tradições culturais da região, as Folias de Reis, o Mineiro-Pau, os Cantadores de Calango e Lera, os Artesãos e os Repentistas, além da manutenção do mini-museu de Martinho da Vila.

O mini-museu Martinho da Vila está localizado na Casa de Cultura de Duas Barras, dividindo espaço com os mini-museus do Folclore, de Arte Popular e o da Sociedade Musical 8 de Dezembro. O mini-museu conta com fotos e objetos que contam sua trajetória artística, incluindo peças como discos de ouro e platina, além da estatueta de vencedor do prêmio Grammy de Música Latina, tudo reunido na casa onde passou sua infância.

Para quem resolver ir à Duas Barras conhecer o berço de Martinho, após visitar o Instituto, os mini-museus e curtir o clima ameno e aconchegante da cidade, pode desfrutar de um delicioso bacalhau. O restaurante o Rei do Bacalhau, o mais tradicional e conhecido da cidade, serve um ótimo bolinho de bacalhau há mais de 45 anos. Uma boa pedida é o filé de bacalhau à Martinho da Vila, um filé de bacalhau grelhado acompanhado de salada de batatas cozidas, tomate, palmito, molho de cebolas, azeitonas, ovo cozido e arroz branco.

UMA BREVE HISTÓRIA DA CIDADE DE DUAS BARRAS

O município de Duas Barras formou-se como território desmembrado do Cantagalo. Sua população originou-se no inicio do Século XIX, na Fazenda Thapera, localizada em torno da Capela Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município. A cidade desenvolveu-se na era do café e hoje, possui a 2º maior plantação de café do Estado do Janeiro. A vinda de colonos para trabalhar na agricultura e o desenvolvimento da lavoura cafeeira contribuíram para o assentamento e o progresso dessa região.


O município possui grande potencial turístico, devido a preservação do casario colonial. O município é constituído por inúmeras cachoeiras e queda d' água, devido a associação do relevo acidentado com a rede hidrográfica.

TOMBAMENTO

DECRETO Nº 723 DE 02 DE DEZEMBRO DE 1996

DETERMINA O TOMBAMENTO DE BENS CULTURAIS E NATURAIS
Considerando o valor cultural do conjunto arquitetônico e urbanístico do núcleo histórico da cidade de Duas Barras e de seu patrimônio natural, que há mais de cem anos vêm sendo preservados pela população local, enquanto símbolo de sua identidade; e a preservação do núcleo histórico de Duas Barras, cartão-postal da cidade. Núcleo Histórico da Cidade de Duas Barras, abrange os conjuntos arquitetônicos ( cerca de 80 casarões centenários), urbanísticos e paisagísticos incluindo os lotes, as edificações, os equipamentos urbanos, as caixas de rua, as calçadas, a arborização e as pontes que os integram.
São tombados os maciços rochosos denominados Pedra do Mota e Pedra do Patrimônio que compõem a paisagem natural do núcleo histórico original e também as calhas do Rio Negro. do Rio Resende e do Córrego do Baú, considerados como elementos marcantes da natureza do sitio onde se implantou o núcleo urbano e cujos percursos moldaram o traçado da cidade.

RELAÇÃO DE MARTINHO DA VILA COM A CIDADE DE DUAS BARRAS

Martinho José Ferreira nasceu em Duas Barras, Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1938. Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, veio para o Rio de Janeiro com apenas 4 anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que chama de "Meu off-Rio". Martinho lançou seu documentário biográfico "Filosofia de vida – O pequeno burguês" no município de Duas Barras, em 2004. No cinema Cacá Diegues, localizado na cidade, foi exibido um filme comemorativo dos 118 anos da cidade onde o pequeno burguês nasceu. O município também conta com um acervo do cantor, que reúne cerca de 300 peças suas, incluindo roupas, fotos e discos de ouro.

INSTITUTO CULTURAL MARTINHO DA VILA

O mini Museu Martinho da Vila faz parte da bela história sobre a conservação do patrimônio histórico de Duas Barras / RJ. O Mini Museu Martinho da Vila é uma homenagem ao mais ilustre cidadão bibarrense. Lá encontram-se objetos e fotos que contam a trajetória desse artista.


O Instituto Cultural Martinho da Vila é um projeto que nasceu para proporcionar à comunidade de Duas Barras, cidade do centro-norte fluminense, e a região circunvizinha a inclusão social através da música, da cultura e da arte. O ICMV faz parte do Programa Cultura Viva - Ponto de Cultura, que tem por objetivo ampliar as esferas de atuação do próprio instituto, facilitar o acesso aos bens culturais da cidade e, principalmente, formar agentes multiplicadores, criando um ciclo positivo de desenvolvimento cultural.

O ICMV fica no começo da rodovia que dá acesso a Duas Barras.

Fontes:
http://www.duasbarras.rj.gov.br
http://www.martinhodavila.com.br
http://www.icmv.org

Crédito das fotos:
http://www.overmundo.com.br/guia/mini-museu-martinho-da-vila-em-duas-barrasrj
http://www.overmundo.com.br/guia/instituto-cultural-martinho-da-vila
http://www.duasbarras.rj.gov.br
http://www.martinhodavila.com.br
http://www.icmv.org

MP3 da música "Meu Off-Rio": http://www.duasbarras.rj.gov.br/mp3/martinho_da_vila_-_meu_off_rio.mp3

Filosofia de Vida - O Pequeno Burguês. Documentário produzido pelo canal Brasil e MZA Music que retrata a vida e a carreira de Martinho da Vila: http://www.duasbarras.rj.gov.br/swf/martinho-da-vila.flv