Por Márcia Silvânia
Caro Noel,
"Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você"
Hoje esse apito é apenas uma simples nostalgia
De um tempo de pura poesia em que enamoravamos
A boemia e a nossa musa inspiradora
"Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê"
Quanto lirismo tinhamos em conquistar alguém
Que corroia a nossa alma
Não entendiamos essa indiferença no jogo da sedução
Mas que tortura ardente em meu coração
"Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro"
Fazia de tudo para lhe chamar a atenção
De um grito que ecoava pelos ares de Vila Isabel
Tão agitado estava em lhe conquistar
Utilizava sonoridade da buzina para lhe alcançar
Hoje o apito não norteia você nem os operários
Simplismente a cronologia diz que tudo ficou no imaginário
A minha conquista não é tão rebuscada como a sua época
Eu, Martinho tive que antevê as mudanças da pos modernidade
Amigo neste momento você é saudade
E eu sou a realidade na linha do tempo
Você, Noel Rosa, Luiz Carlos da Vila entre outros que se foram
São constelações que iluminam a minha vida e a querida Isabel
10 de jun. de 2010
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