10 de jun. de 2010

Uma mensagem de Martinho da Vila para Noel Rosa

Por Márcia Silvânia

Caro Noel,

"Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você"

Hoje esse apito é apenas uma simples nostalgia

De um tempo de pura poesia em que enamoravamos

A boemia e a nossa musa inspiradora

"Mas você anda
Sem dúvida bem zangada
Ou está interessada
Em fingir que não me vê"

Quanto lirismo tinhamos em conquistar alguém

Que corroia a nossa alma

Não entendiamos essa indiferença no jogo da sedução

Mas que tortura ardente em meu coração


"Você que atende ao apito de uma chaminé de barro
Porque não atende ao grito
Tão aflito
Da buzina do meu carro"

Fazia de tudo para lhe chamar a atenção

De um grito que ecoava pelos ares de Vila Isabel

Tão agitado estava em lhe conquistar

Utilizava sonoridade da buzina para lhe alcançar

Hoje o apito não norteia você nem os operários

Simplismente a cronologia diz que tudo ficou no imaginário

A minha conquista não é tão rebuscada como a sua época

Eu, Martinho tive que antevê as mudanças da pos modernidade

Amigo neste momento você é saudade

E eu sou a realidade na linha do tempo

Você, Noel Rosa, Luiz Carlos da Vila entre outros que se foram

São constelações que iluminam a minha vida e a querida Isabel

Nenhum comentário:

Postar um comentário